Quando o assunto é o greening, a comunidade citricultora coleciona casos e histórias de pomares que foram devastados pela doença. Um dos maiores desafios de quem trabalha com citros é lidar com o problema e manter seu pomar protegido.
A doença tem essa proporção por conta de dois fatores: o tamanho de seus prejuízos e a sua alta transmissibilidade. Quando a árvore começa a apresentar os sintomas do greening, é possível que o psilídeo já tenha contaminado outras ao redor, o que dificulta o controle.
Por isso, saber identificar os sintomas é fundamental, pois esses são sinais de que o pomar está em perigo e que algo deve ser feito antes que a doença apresentada em uma árvore se espalhe para as demais.
Pensando nisso, preparamos este post com as informações essenciais sobre a identificação dos sintomas e também sobre os prejuízos que a doença causa. Ficou interessado? Confira!
Como o greening age?
Antes de tudo, é preciso entender como a doença age. Causada por bactérias do gênero Candidatus Liberibacter (podendo ser, asiaticus, americanus ou africanus), a sua transmissão acontece por meio de um vetor-alado, os psilídeos do tipo Diaphorina Citri. Quando um psilídeo contaminado pousa em uma planta e começa a se alimentar dela, a transmissão acontece.
Em seguida, as bactérias que agora estão na árvore se aglomeram e formam colônias bacterianas. Esse detalhe, aliado ao fato de que a planta reage à presença dessas colônias aumentando a produção de caloses, faz com que os vasos dos floemas — caminho por onde passa a alimentação da planta — acabem sendo obstruídos.
Esse efeito atinge diretamente aquilo que é mais importante para qualquer planta: a sua alimentação. Dessa maneira, os nutrientes não conseguem chegar adequadamente onde deveriam e isso acaba gerando desnutrição à árvore, fazendo com que o pomar perca produtividade aos poucos, até a morte.
Para se ter uma ideia da gravidade do problema, entre os anos de 2008 e 2009, foi observado um aumento de 56% no número de talhões contaminados pela doença — isso apenas no estado de São Paulo. Em 2018, a porcentagem foi de 38,8% de talhões atingidos no estado.
Quais são os sintomas do greening?
Uma planta contaminada pelo greening apresenta alguns sintomas. Veja quais são eles!
Amarelamento das folhas
Os ramos e as folhas de uma planta contaminada pelo greening são os que sofrem com os primeiros sintomas da doença. No caso das folhas, é comum um amarelamento (em folhas de plantas mais novas) ou, no caso de plantas com mais idade , um mosqueamento — que nada mais é do que manchas oscilando entre o verde comum de uma planta saudável e o amarelo típico do greening.
Há 2 outros reflexos que os pomares contaminados sentem: o primeiro é a desfolha, causada pelo ressecamento das folhas; o segundo é um engrossamento e clareamento das nervuras das folhas, que apresentam uma aparência corticosa.
Já no caso dos ramos, vale ressaltar que aqueles que estiverem contaminados não costumam dar frutos.
Nascimento de brotos menores
Nos ramos em que a doença já se apresenta em estado avançado, pode haver o surgimento de novos brotos; no entanto, esses apresentam folhas pequenas e de coloração amarela, mas sem o mosqueado que é comum da doença.
Frutos assimétricos
Outro ponto de atenção e que apresenta sinais quando há contaminação pelo greening são os frutos. Normalmente, seu formato acaba sendo assimétrico, se tornando maduro de maneira desigual. Na casca, pode acontecer de manchas circulares em tons de amarelo aparecerem. Em seu interior, as sementes também anunciam: se estão malformadas, em tamanho reduzido e se apresentam coloração mais escura, é sinal de greening!
Ainda falando do interior dos frutos, é comum também que haja filetes de cor laranja no entorno do pedúnculo quando há presença de greening.
Também não poderíamos deixar de alertar sobre a importância de uma bom diagnóstico da doença. Acontece que alguns dos principais sintomas do greening podem ser facilmente confundidos com sinais de outros problemas, como deficiências de determinados elementos. Falta de zinco, manganês, magnésio e cobre, por exemplo, são alguns exemplos de problemas que podem confundir na hora da identificação.
E os prejuízos?
Os sintomas que acabamos de elencar indicam que a algo não vai bem e que, possivelmente, trata-se do greening. E essa doença traz consigo alguns prejuízos devastadores e é exatamente sobre isso que falaremos neste tópico. Confira!
Queda da produtividade
Em função da obstrução dos vasos dos floemas, a planta contaminada tem a sua alimentação comprometida. E não é segredo para ninguém: planta que não se nutre não produz!
Assim, um dos reflexos é a queda da produtividade. Pesquisas indicam que quando uma planta está 60% tomada pela doença, a produtividade já caiu 68%. Em termos mais práticos, se uma planta de mais de 2 anos é infectada, a sua produção pode sair de 2,5 caixas/planta para produzir apenas 0,8 caixas/planta.
Definhamento progressivo da planta
Ver as plantas definharem é um processo muito doloroso, ainda mais quando há pouco o que se fazer nessa altura do campeonato. Como a planta deixa de se alimentar adequadamente, o reflexo disso não poderia ser outro senão o enfraquecimento lento da árvore, podendo comprometer até 80% da planta.
Normalmente, quando uma planta mais velha é contaminada, há queda na produtividade e definhamento progressivo; já plantas novas, quando contaminadas, sequer chegam a produzir.Viu como é importante estar por dentro dos sintomas e dos prejuízos que o greening pode trazer ao pomar? A nossa opinião é e sempre será a mesma: a informação é a maior arma que os citricultores podem ter para usufruir de uma produção rica e saudável. Pensando nisso, se você se interessa pelos diferentes assuntos que giram em torno do greening, sugerimos que você fique por dentro sobre o que é a faixa de borda e quais são os cuidados que você deve ter com essa região do pomar!