Muito se fala sobre o greening e os prejuízos que essa doença traz à citricultura. Quando contaminado, o pomar apresenta uma série de sintomas típicos e, a partir de seu surgimento, o definhamento das plantas é apenas uma questão de tempo.
Atualmente, há muita tecnologia sendo empregada em investigações que buscam facilitar a vida do citricultor quando o assunto é o greening (o uso de fertilizantes, por exemplo, é uma delas).
Além de diversas ferramentas de manejo, o conhecimento e a informação continuam sendo os maiores aliados de quem deseja evitar o problema. Pensando nisso, preparamos este post com 4 fatos sobre a doença que talvez você não saiba. Ficou interessado? Continue a leitura!
4 fatos sobre o greening que talvez você não saiba
1) Quanto mais cedo o greening ataca o pomar, maiores são os danos
De acordo com uma pesquisa apresentada no evento International Citrus Business Conference, em 2018, os danos causados pela doença são significativamente maiores quando a planta atingida é mais nova.
Entre os números apresentados pelo estudo, um pomar sadio produz em média 2,5 caixas de fruto por planta. A partir dos 2 anos, se a árvore for infectada, sua produtividade média cai para 0,8 caixas/planta; no caso das plantas a partir de 5 anos, esse número cai para 1,4 caixas/planta. Já em plantas com mais de 8 anos, a contaminação pelo greening causa uma produtividade média de 1,8 caixas/planta.
2) Quando o greening já está em 60% da planta, a produção já caiu cerca de 68%
A contaminação da doença costuma ser gradual, o que faz com que a queda da produtividade também aconteça aos poucos. Estima-se que, no primeiro ano infectada, a queda seja de apenas 17% da produção (com 10% da planta atingida). Já no segundo ano de doença, a queda na produtividade quase dobra: 32% de queda com cerca de 23% da árvore acometida pela doença.
44% é a porcentagem de queda na produção em árvores que estão há 3 anos doentes, com uma contaminação de 35% da planta. No caso das que se encontram no 4º ano de batalha contra com o greening, estima-se que a produtividade já tenha sido prejudicada em 54% quando a árvore já está 44% atingida.
Já no 5º ano infectada, a árvore apresenta uma produção cerca de 62% menor (em plantas com até 53% de contaminação), o que diminui ao atingir o 6º ano de doença, batendo uma queda de 68% na produtividade em até 60% da planta contaminada.
3) O greening é a doença mais grave da citricultura
Os citricultores de todo o mundo enfrentam o mesmo problema: o greening. Considerada a doença mais grave e devastadora da citricultura, seus dados em todo o mundo impressionam.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o prejuízo tem sido substancial: estima-se que houve uma queda na produção de mais de 150 milhões de caixas de laranja por safra se comparada com a produção na época em que o greening ainda não havia sido identificado nos pomares americanos. No caso, a Flórida é o estado que mais sofre com a doença, lidando com um aumento de 85% nos custos que o Estado tem com a produção, considerando a queda de produtividade dos pomares e também os gastos necessários com o manejo.
Já no Brasil, o aumento no índice da doença também é expressivo: nos primeiros 12 anos de sua presença, das 11 milhões de plantas cítricas existentes, 9 milhões foram perdidas. Em 2019, o greening contaminou 4,8% mais plantas do que em 2018. Os estados de São Paulo e Minas Gerais, que são os mais prejudicados, tiveram 19,02% de seus pomares contaminados pela doença, em 2019.
Em nosso país, no estado de São Paulo, os pomares mais atingidos estão na região de Brotas, com 55,10% de suas árvores apresentando sintomas. Seguidamente, Limeira é a segunda cidade mais atingida, contabilizando 48,30% de suas árvores infectadas.
Por outro lado, a região do estado com menor índice de infestação é a de Itapetininga, que conta com apenas 1,09% de suas árvores apresentando sintomas.
4) O custo o manejo do greening varia entre 5% e 10% do custo total de produção
Estima-se que o custo destinado a ferramentas, recursos e práticas de manejo da doença atinja entre 5% e 10% do custo total da produção. No caso, esse valor representa, em média, R$845,00 por hectare.
Mas afinal, o que compõe os custos com manejo do greening? Estão nessa lista os gastos com atividades de inspeção e erradicação de plantas com sintomas, e pulverização de insetos e monitoramento do psilídeo, por exemplo.
Dessas medidas, a inspeção dos pomares é uma das mais adotadas. Devendo ser iniciadas a partir do 2º ano do pomar, recomendam-se 6 inspeções em cada uma das plantas cítricas do pomar, no mínimo. A melhor época para isso são os meses entre fevereiro e agosto, que é quando os sintomas da doença se apresentam de maneira mais fácil de ser identificada.
É preciso, ainda, que a inspeção seja atenta e feita por pessoas bem treinadas para a função. Em pomares jovens, a inspeção pode ser feita por duas pessoas e, no caso dos pomares mais adultos, por quatro, distribuindo-as por partes da planta.
O controle do vetor também é bastante utilizado quando o assunto é o manejo do greening. Normalmente, tal controle é feito de maneira química, mas há também maneiras de realizá-lo biologicamente. No caso químico, com o auxílio de inseticidas, é possível garantir um melhor controle sobre o psilídeo. No caso de mudas, recomenda-se o uso de inseticidas sistêmicos em uma aplicação de 1 a 5 dias antes que elas saiam do viveiro.
Agora que você já sabe alguns fatos interessantes sobre o greening, que tal saber mais sobre como evitar a doença? Confira o post que preparamos com informações sobre o que há de mais recente na atualidade sobre o manejo do greening!